Que é para nós o Advento? Sempre que nos deparamos com essa pergunta, a resposta que segue é simples: é uma preparação para a vinda do Senhor na graça. É o tempo de preparação para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. O advento é, portanto, o tempo de desejo, de aspirações, de esperanças e expectativas. Só nos alimentamos, quando temos fome. É necessário que tenhamos fome e sede de Deus. Deus não quer impor a sua graça às almas que não O desejam. Àqueles que têm fome, Ele enche de bens.
Assim, a Igreja na sua sabedoria coloca diante de nós, com grande maestria, quatro semanas para sentirmos essa fome espiritual, essa necessidade de Redenção. É tempo de graça (Kairos). Ela desperta em nós esse desejo fazendo recordar dramaticamente a primeira vinda do Senhor.
Para preparar a humanidade para essa vinda é nos mostrado três grandes elementos, a saber: o Antigo Testamento, S. João Batista e a SSma. Virgem Maria. O porta-voz e intérprete do Antigo Testamento é Isaías, com suas inúmeras profecias messiânicas; tantos outros profetas aguardaram a vinda deste Deus. Nossa Mãe, a Igreja, faz dessa revelação um princípio para a sua liturgia.
São João Batista (o segundo elemento) é arauto e precursor da vinda de Cristo; a Igreja fez dele o arauto e o precursor da segunda vinda, pois até hoje ele nos prega as mesmas palavras: “Convertei-vos, o reino de Deus está próximo” (Mc 1, 15).
O primeiro desejo de Deus é de se manifestar como homem, não como Deus terrível e sim como um verdadeiro Emanuel (Deus Conosco), chamou uma nobre mulher para cooperar no plano da salvação. Nós cristãos não podemos nunca se esquecer desse maravilhoso fato. Como o advento é a preparação da vinda de Jesus na graça, que modelo mais belo poderemos encontrar do que a Virgem Maria Mãe de Deus? Deus “quis que tudo nos viesse por meio de Maria”! (S. Bernardo).
Um tríplice acordo: Isaías, São João Batista e a Virgem Maria, um conjunto harmonioso. Os santos desejos, a penitência, a união com Deus, eis o que deve ser para nós o advento.
As principais antífonas adventícias nos preparam para essa chegada. Nas primeiras semanas, cantamos: “Adoremos, o Rei que vai chegar”; na terceira (gaudete) acentuando a expectativa, cantamos: “Adoremos, o Senhor que já esta perto”. “Alegrai-vos no Senhor, repito alegrai-vos”. (Fl 4,4).
As palavras do Cristo dirigidas ao Pai nos acentua esse desejo, essa expectativa: adveniat regnum tuum (venha a nós o Teu reino – Mt 6,10). Esse reino deve crescer e expandir na vida de nossa alma e na missão da Igreja. Deve ser nosso maior e sincero desejo. Que este reino de verdade e de vida, reino de santidade e graça, de justiça, de amor e de paz (Prefácio de Cristo-Rei) venha a nós todos os dias.
É necessário, pois, conservar a “inocência na simplicidade, a concórdia na caridade, a modéstia na humildade, a diligência no governo, a atenção em ajudar os pobres, a constância em defender a verdade, a justiça na severidade da disciplina, para que não falte em nós nenhuma das virtudes”. (Mediator Dei, 152).
A atitude de escuta e espera caracteriza a Igreja e o cristão nesse tempo, por que o Deus da revelação é o Deus da promessa. Agora vemos “como num espelho”, mas virá o dia em que “veremos face a face”. (I Cor 13,12). Portanto, juntemos nossa voz à voz da esposa, para como os primeiros cristãos, cantar e rezar a grande exclamação escatológica: “Maranathá: Vem, Senhor Jesus”. (Ap 22, 20).
A atitude de escuta e espera caracteriza a Igreja e o cristão nesse tempo, por que o Deus da revelação é o Deus da promessa. Agora vemos “como num espelho”, mas virá o dia em que “veremos face a face”. (I Cor 13,12). Portanto, juntemos nossa voz à voz da esposa, para como os primeiros cristãos, cantar e rezar a grande exclamação escatológica: “Maranathá: Vem, Senhor Jesus”. (Ap 22, 20).
Frei Luis Felipe Carneiro Marques, OFM Conv.
29/ 11/ A.D. 2008 – I Vésperas do I Domingo do Advento
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